segunda-feira, 17 de junho de 2013

“Festival Sertanejo” se apóia em nomes consagrados para atrair público

O SBT estreou sábado (15.06) o "Festival Sertanejo", no mesmo horário em que a Record agora exibe o "Legendários", de Marcos Mion, antecipado para às 22h15. Mais uma opção - claro, para quem gosta desse gênero específico - nas difíceis noites de sábado. Parece que quanto mais trocamos de canal, menos atrações interessantes encontramos!
Pela primeira edição do "Festival Sertanejo", ainda não ficou clara a mistura de concurso musical e reality show. Isso porque a preocupação inicial foi mostrar um pouco das 16 músicas pré-selecionadas entre 4 mil inscritas. Tudo bem que em 1h45 de programa não tocariam as 16 faixas na íntegra. Entendemos a proposta, mas foi tudo muito fracionado. No palco, prevaleceu o papo, às vezes cansativo e sem pique, com os concorrentes. Pouco som, a não ser dos convidados especiais Victor & Léo.
Todo programa terá a presença de nomes consagrados do sertanejo, como Bruno & Marrone eLeonardo, além de artistas do sertanejo universitário que, embora com pouco tempo de estrada, estão estourados pelo País. A dupla João Bosco & Vinícius já está agendada. Sabemos que esse pessoal atrai audiência, só não se pode esquecer de destacar os participantes da disputa em ação, até pela proposta do programa.
Ao contrário do que pode parecer, o objetivo não é revelar um novo nome do gênero, mas a melhor canção sertaneja de 2013 (escolhida pelo público). Difícil que a imagem dos artistas (há duplas e cantores solo) não influencie e até pese mais que as músicas. Interferência natural, há o fator identificação do público. Apesar de muitos já terem CDs e DVDs gravados e carreiras iniciadas, encaram isso como uma oportunidade de visibilidade e estouro nacional, tal e qual Munhoz & Mariano, no "Garagem do Faustão" (Globo). Serão 13 edições no total. O compositor da melhor música leva R$ 100 mil e o(s) interpréte(s) a gravação de um CD. A maioria defende as próprias canções.
Um júri faz a triagem e encaminha à votação popular. Entre os jurados, a única que não é da área musical é Aline Lima, filha de Chitãozinho - digamos que ela traz a visão de quem curte o estilo.César Augusto, um dos principais compositores e produtores da cena sertaneja, e Eduardo Bonadio, gerente corporativo da Crowley (que mede a audiência das rádios no Brasil), ficam com as análises técnicas.
Essas 16 músicas pré-selecionadas foram apresentadas aos jurados durante shows pelo Brasil. Em cada lugar, quatro apresentações no palco. No final, ficou definido que 12 continuarão na disputa e os artistas que as defendem seguirão para a Casa Sertaneja (o antigo cenário da "Casa dos Artistas" redecorado ao gosto dos peões). Aí começa a mistura de festival, som e reality. É na casa que os selecionados vão se preparar para as apresentações, se aprimorar e receber visitas. Sem essa de confinamento.
As viagens pelo Brasil para os shows foram um dos pontos altos da estreia, revelando um pouco do turismo e da cultura das cidades. Bacana a ideia de mostrar o Brasil, a cultura sertaneja e a vida no Interior. Pedro Leonardo esteve em Campo Grande (MS) e Cuiabá (MT). Hellen Ganzarolli - que precisa baixar um pouco o tom e controlar a alegria excessiva e a gritaria nas externas - em Uberlândia (MG) e Indaiatuba (SP).
Pedro e Hellen dividem a apresentação do programa com a dupla Hugo & Thiago (que, curiosamente, passaram pelo reality musical "Fama", na Globo) e são responsáveis pela Casa Sertaneja, cuja dinâmica será mostrada em boletins diários na programação do SBT. Hugo e Thiago comandam a movimentação no palco. Apesar de presos demais ao roteiro - normal nesse começo -, os cantores são carismáticos e, na maior parte do tempo, não demonstraram insegurança.
Mas, sem dúvida, o grande chamariz do programa é Pedro, recuperado após um acidente que o deixou dias em coma - ainda que não tenha aparecido tanto. É inegável que o público gostaria de ver como ele está após esse momento difícil. Grande sacada da diretora Leonor Corrêa - que caprichou ainda no acabamento do produto. Bom lembrar que nomes como Paula Fernandes, Luan Santana e Michel Teló chegaram a ser cogitados para o júri ou o comando da atração - com agendas concorridas, além de outras questões, difícil que topassem.
Guardadas as devidas proporções (de estilo, público e envolvimento), a atração remete aos grandes festivais da Record nos anos 60, com artistas como Chico Buarque, Elis Regina, Jair Rodrigues, entre outros, defendendo suas músicas. As grandes torcidas de outrora dão lugar ao flerte com os reality shows (os que tem a missão de revelar um novo ídolo já caminham para a saturação). É uma aposta assumidamente popular - e isso não é ruim.
O SBT já tem tradição em programas de auditório nas noites de sábado ("Viva a Noite") e até mesmo do gênero (que hoje está bombando), basta lembrar do "Sabadão Sertanejo". O novo projeto pode significar uma retomada de espaço na grade da emissora. Vamos ver se vai ter fôlego para isso, ainda é cedo...

Fonte: Yahoo!

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